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segunda-feira, 26 de abril de 2021

História da cidade de Fátima - Bahia

 


A expressão popular que assevera nada ser por acaso é trazida à literalidade no caso dos primeiros núcleos de povoamento de Fátima. Este município do agreste baiano, situado há algumas poucas centenas de quilômetros do litoral, tanto da Bahia como de Sergipe, guarda em seus costumes contemporâneos a semente de um passado demasiadamente distante no tempo cronológico.
Os vaqueiros, hoje, figuras indissociáveis do cotidiano do fatimense, quem diria, estão na gênese do povoamento desta terra e da formação do seu povo e cultura, atualmente expressada na forma de vaquejadas, cavalgadas e em um verdadeiro culto ao animal base desta cultura, o boi.
Não é por acaso que a força de ligação com a criação de gado e as subatividades econômicas inerentes à esta, são tão fortes na vida dos habitantes desta terra, pois foi graças aos vaqueiros do passado, aos quais não guardo homenagem ou crítica, que essas terras foram povoadas ou, dependendo do ponto de vista, tomada dos povos indígenas que já habitavam essa região há séculos ou milênios.
Essas comunidades eram provavelmente da etnia kiriri, hoje “reduzida” à biocenose quilombola no atual município de Banzaê. Vestígios de cemitérios indígenas, como urnas funerárias e ossadas foram encontrados em Paripiranga e na cidade de Cícero Dantas, quando da construção do estádio municipal daquela cidade. Aqui em Fátima, achados arqueológicos guardados por populares como um artefato emblemático encontrado na localidade fatimense da Lagoa da Volta, nos ajuda a contar essa história. Um deles é uma belíssima ponta de lança entalhada em pedra lascada que ainda necessita de estudos posteriores, nos ajudando, dessa forma, a deduzir que os colonos foram expulsando os kiriris de leste para oeste, isto é, partindo do litoral, chegando aos atuais territórios de Paripinga, Fátima, Cícero Dantas e finalmente a posição atual em Banzaê.
Mas voltando a falar dos vaqueiros, sua chegada a essa região é documentada, de acordo com Isabel Camilo de Camargo (2014), em princípios dos século XVIII. Com a saturação das terras litorâneas, amplamente utilizadas para a lavoura canavieira, era preciso avançar em direção ao interior na busca de terras para a pecuária e alimentar a crescente população.
Os cursos dos rios foram os caminhos mais “fáceis”, sendo as principais rotas o São Francisco, que à época chegou a ser conhecido como “o rio dos currais”, o Itapicuru e o Vaza-barris, este último, provável rota utilizada pelos primeiros brancos a chegarem a esta região. Viajando a pé, os desbravadores conduziam suas boiadas enfrentando as dificuldades impostas pela natureza como a vegetação, terrenos de difícil acesso e similares para se estabelecer em locais propícios ao seu ofício, expulsando os indígenas que pouco poder de resistência tinham contra os invasores.
Essas “conquistas”, aliás eram motivos de prendas concedidas a estes homens pela coroa portuguesa, que cedeu as áreas antes dominada por indígenas aos próprios criadores de gado com a intenção de estabelecer o domínio da terra pela coroa portuguesa e de fazer com que esta produza e gere lucros.
E foi assim que o interior baiano e as terras que hoje compõem o atual município de Fátima foram colonizadas. Nascidas da violência contra os povos autóctones e da desejo de consecução do homem branco, Fátima hoje guarda nas tradições do seu povo as suas origens ocultas.
Moisés Santos Reis Amaral

Fátima é um município brasileiro do estado da Bahia. Localiza-se a uma latitude 10º36'00" sul e a uma longitude 38º13'00" oeste, estando a uma altitude de 340 metros. Sua população estimada em 2013 era de 19.524 habitantes. Fica situada no agreste baiano, região de transição da zona da mata para o sertão.

Emancipação Política

Dia 01 de abril, o município de Fátima, localizado no agreste baiano, região de transição da zona da mata para o sertão, comemora sua emancipação política. Antes, era uma pequena localidade (Monte Alverne), que estava sob a administração de Cícero Dantas. Com seu desenvolvimento, emancipou-se recebendo o nome de Fátima. Município criado com território desmembrado de Cícero Dantas, por força de Lei Estadual de 01/04/1985.
Com a astúcia do grande líder político João Maria de Oliveira, um lutador enquanto vereador da cidade de Cícero Dantas lutou constantemente para que Fátima fosse município independente, conseguiu com o apoio do seu povo após anos ir a encontro onde posteriormente seria a atual divisa entre Fátima/Cícero Dantas enfrentando as lideranças cicerodantences que eram contrários ao nascimento do novo município, João Maria com a sua experiência conseguiu a vitoria. Logo após a alguns dias veio o plebiscito para saber a vontade dos fatimenses, com uma vitória democrática a maioria disse SIM! Daí foi-se formalizando o processo de criação do município de Fátima.
O nascimento de Fátima como município é datado de 1987, um ano após a emancipação política. Naquele ano, o primeiro prefeito, João Maria de Oliveira, assume a tarefa de organizar a administração pública do recém criado município.
Primeira organização Administrativa:
Eduardo Pires de Andrade – Chefe de Gabinete; Claudiney Batista de Santana – Secretária da Prefeitura; Marilene Silveira – Diretora Municipal de Educação; Edilene Brito de Almeida – Diretora de Saúde; José Barbosa Reis – Diretor do Colégio Estadual; Josefa Borges Reis – Delegada Escolar;
A primeira legislatura(Câmara de Vereadores):
Vereadores:
José Carlos Silva (Carlinhos de Alfredo);
Miguel Correia Andrade (Miguel do Capim Duro);
José Pereira Filho (Zelitão);
Reginaldo Oliveira Santana (Regi do Capim Duro);
José Bispo de Sousa (Bispo);
Givaldo Gonçalves de Sousa (Givaldo de Zequinha);
Antônio dos Santos Menezes (Antônio Menezes);
João Benigno do Rósário;
João José do Rosário.
Primeira Administração(Prefeitura):
Prefeito: João Maria de Oliveira.
Vice-Prefeito: Augusto Borges da Silveira.

Tradições

No município existe um grande número de tradições. Um principal exemplo é o Feijão Fest. Essa é a festa em que a cidade recebe um grande número de turistas, vindo de diversas partes do Brasil. O Feijão Fest reúne multidões na praça de eventos e a tradicional alvorada que aglomera os foliões com as respectivas bandas locais e nacionais, organizado pela prefeitura municipal de Fátima, que acontece no mês da colheita do feijão em setembro.
Em outubro realizado pela paróquia São Francisco de Assis, tem a festa e novenário em louvor ao padroeiro São Francisco de Assis que reúne grande número de fiéis católicos da Sede do município, comunidades e povoados e até mesmo turistas e visitantes de cidades vizinhas, sua procissão dia 4 de outubro com o andor de São Francisco passando em ruas e avenidas da cidade chegando na praça da matriz com a Santa Missa e ao término com Show Religioso.
Outro evento que está se tornando tradição e resgatado em 2017 é a Copa da Independência de Fátima. Organizado pela Prefeitura Municipal de Fátima é realizado um campeonato com todas equipes de futebol do município, finalizado no dia ou depois do aniversário da cidade 1° de Abril com a distribuição de prêmios aos vencedores da competição incentivando ao esporte e atletas do município, realizado no Estádio Municipal Valdomiro Pinheiro(Ita) aglomera um grande número de fatimenses tornando uma grande festa.

Foto de 1936 mostra o fatimense Liberino Vicente ao lado do famoso matador de cangaceiros, o Tenente Zé Rufino.


 Já faz um bom tempo que pesquiso fotos antigas do cangaço em busca de uma que tivesse o soldado fatimense Liberino Vicente. Filtrando as inúmeras fotografias pelo ano em que foram tiradas, pude selecionar algumas, mas a mais promissora de todas, de longe, foi essa que ilustra esse artigo.  A fotografia não é bem uma novidade no universo dos pesquisadores do cangaço. Foto tirada pelo famoso Sírio, Benjamim Abraão, assessor do padre Cícero do Juazeiro, foi batida em 1936 e pode ser facilmente encontrada em uma pesquisa rápida no google. A revelação que faz dela especial para mim é o fato de registrar o conterrâneo Liberino Vicente ao lado dos companheiros de lutas.  Selecionada as candidata e eleita a favorita, recorri aos familiares para ter a certeza de que o soldado, na imagem destacado por uma seta, era mesmo Liberino e o veredito foi unânime, trata-se mesmo dele. De acordo com um dos seus filhos, Liberato, não resta dúvida.  Munido dessa valiosa informação, fui buscar agora informações acerca das circunstâncias em que imagem foi feita e foi aí que a história começou a ficar ainda mais interessante. Depois de minuciosa pesquisa, pude então descobrir que a ocasião retratada trata-se de uma evento bastante conhecido no universo cangaceiro.  Naquele ano de 1936, a volante de Zé Rufino, partiu a pé do Raso da Catarina, nas proximidades de Serra Negra (hoje, município de Pedro Alexandre) em busca do bando do cangaceiro Mariano que andava por essas bandas.  Na ocasião do combate, o subgrupo comandado por Mariano foi dilacerado em cangaleixo, no município de Porto da Folha, Sergipe. No rastro dos bandoleiros, a volante de Zé Rufino encontra com Benjamin Abraão que solicita autorização para fazer o retrato. Nela podemos ver o tenente Zé Rufino – Em pé, o primeiro à esquerda – e o soldado Liberino, então com 29 anos.  Não está claro o local específico da fotografia, mas sabe-se que dali os soldados partiram para a localidade onde suspeitava-se estar o grupo liderado por Mariano.  Após interrogatórios e horas seguindo os rastros, os soldados encontraram os cangaceiros jogando baralho em meio ao precário acampamento de pequenas barracas feitas com lençóis amarrados à vegetação. O tiroteio foi ferrenho e três cangaceiro foram mortos. Entre eles, o líder do Bando, Mariano, que teve uma morte dolorida e cruel.  Consta que, entre os soldados, estava o rastejador Bem-te-vi, que havia entrado para a volante justamente para vingar a morte do pai, ato cometido supostamente por Mariano.  Quando avistou entre os feridos o bandido chefe, Zé Rufino manda chamar Bem-te-vi e o autoriza a cumprir a vingança que tanto desejava.  De acordo com texto postado no Blog Lampião Aceso, jamais houve um assassinato com tanto prazer por parte do algoz. Ainda segundo o relato, Bem-te-vi debruçou-se sobre o cangaceiro com seu punhal e deferiu golpes vigorosos, fazendo dezenas de perfurações. Ao observar a cena Zé Rufino teria alertado ao comandado: “Cuidado com a cabeça que eu preciso dela”.  Ao consumar a morte de Mariano e boa parte do seu bando, os soldados cortaram as cabeças dos mortos a golpe de facão e levaram para Porto da Folha, onde fizeram a foto abaixo.   Cabeças dos cangaceiros e seus pertences.   A brutalidade sempre foi uma das principais características do cangaço. Para mim, é sempre estranho pensar que tudo aquilo sempre esteve tão perto desse nosso solo fatimense.

sábado, 10 de abril de 2021

FÁTIMA - BAHIA:aulas terão início a partir do dia 12 de abril.


 A Prefeitura Municipal de Fátima, Secretaria Municipal de Educação, escolas e colaboradores, informam que as aulas terão início a partir do dia 12 de abril. Por conta do período de pandemia e para a segurança de todos das comunidades escolares, os trabalhos serão remotos com envio de atividades pela internet ou impressas.

Os estudantes ou responsáveis de alunos serão notificados pela escola em que estão matriculados, para que possam ser orientados sobre o retorno às aulas, bem como sobre a forma como elas ocorrerão.
A educação precisa do apoio de todos, principalmente nesse período. O momento agora é de ação para levar o conhecimento significativo a todos os estudantes do município.
Agradecemos pelo apoio e colaboração.